INTRODUÇÃO: Estudos demonstram que as angioplastias primárias realizadas fora do horário de rotina estão relacionadas a pior prognóstico. É objetivo deste estudo avaliar os desfechos das angioplastias primárias realizadas dentro e fora do horário de rotina do serviço de hemodinâmica. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo, incluindo 112 pacientes consecutivamente atendidos por infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAM) entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010. Características clínicas e angiográficas e evolução hospitalar foram registradas em banco de dados específico. Houve dois grupos para comparação: grupo A, IAM tratado entre as 20 horas e as 8 horas e B, IAM tratado entre as 8 horas e as 20 horas. RESULTADOS: A amostra incluiu 44 pacientes no grupo A e 68 no grupo B. As características basais foram semelhantes em ambos os grupos. O tempo porta-balão foi significativamente maior no grupo A (133 minutos vs. 90 minutos; P < 0,001). No entanto, não houve diferença significante entre os grupos A e B em relação a mortalidade (13,7% vs. 5,9%; P = 0,28), reinfarto (6,8% vs. 4,4%; P = 0,90), evolução para choque cardiogênico (11,4% vs. 4,4%; P = 0,30), trombose de stent (6,8% vs. 1,5%; P = 0,33) ou presença de sangramento maior (2,3% vs. 1,5%; P > 0,99). O único preditor do desfecho hospitalar combinado foi a frequência cardíaca à admissão (razão de chance 1,02; P < 0,001). CONCLUSÕES: Pacientes com IAM apresentam taxas de desfechos clínicos semelhantes, independentemente do horário de realização da angioplastia, porém o tempo porta-balão é significativamente maior nos pacientes tratados entre as 20 horas e as 8 horas.
BACKGROUND: Previous studies have reported that off-hours primary percutaneous coronary intervention is related to worse prognosis. The objective of this study is to evaluate the outcomes of normal and off-hours primary percutaneous coronary interventions. METHODS: A prospective observational study including 112 consecutive patients with ST elevation myocardial infarction (MI) was conducted from December 2009 to January 2010. Clinical and angiographic characteristics and in-hospital follow up were registered in a specific database. There were two groups for comparison: group A, MI treated between 8 pm and 8 am and group B, MI treated between 8 am and 8 pm. RESULTS: The sample included 44 patients in group A and 68 in group B. Baseline characteristics were similar in both groups. Door-to-balloon time was significantly longer in group A (133 minutes vs. 90 minutes; P < 0.001). However, there was no significant difference between groups A and B regarding mortality (13.7% vs. 5.9%; P = 0.28), reinfarction (6.8% vs. 4.4%; P = 0.90), progression to cardiogenic shock (11.4% vs. 4.4%; P = 0.30), stent thrombosis (6.8% vs. 1.5%; P = 0.33), or major bleeding (2.3% vs. 1.5%; P > 0.99). The only predictor of combined in-hospital outcome was heart rate at admission (odds ratio 1.02; P < 0.001). CONCLUSIONS: Patients with MI have similar in-hospital clinical outcomes during normal and off-hours primary percutaneous coronary intervention. However, door-to-balloon time is significantly longer during off-hours procedures.